
Apesar de toda a crueldade existente face aos animais de estimação, curiosamente, acho que ainda conseguimos ser piores com os nossos próprios amigos.
A partir do momento que assumimos amar/gostar de um cão, gato, periquito, o que for, é incondicionalmente, mesmo quando roí a mobília ou destroi os nossos dvd's favoritos.
Já com os amigos, gostámos e cuidamos enquanto está tudo tudo bem, quando não é preciso cuidar, e gostar vem facilmente pela companhia aprazível que o outro oferece, mas a partir do momento em que se começa a "roer" a pachorra, se está mais em baixo ou necessitado, aí afastámo-nos imediatamente. É fácil, dizemos a nós próprios que é muito complicado, comentámos com os amigos que é cansativo falar com aquele problemático alguém, que nos puxa para baixo e não estamos para isso.
Depois torna-se mais fácil nem perguntar nada, fingir que está tudo bem e reduzir a amizade a um contacto social, um mero conhecimento. É simples, não estamos para isso.
E aceitámos isto como normal...
Será que temos todos vidas tão más que precisámos de nos rodear de alegria, ainda que falsa, mesmo que para isso tenhamos de empurrar quem nos quer, quem queremos ou quisemos, para um canto de forma a por cor na nossa vida?
A mim parece-me egoísmo e cobardia mas, eu devo ser meio idiota.