
Sempre acreditei que são os pequenos momentos que fazem e definem as pessoas.
Vivemos com a certeza da nossa morte e a incerteza da nossa vida. Temos a noção que a maior parte dos dias passam sem sentido, maior ou menor, passam porque o sol nasce e depois se poê, nós como ele, não sabemos fazer outra coisa.
Os casais discutem até ao ódio. Oblívios a todos os pequenos pormenores que desgastam qualquer harmonia, pequenos demais para serem falados, como a pasta de dentes espremida no sítio errado ou o gel de banho aberto na banheira. Esquecidos do pavor de estarem sós, saciados da fome que em tempos os esganou, deixam passar esses pequenos nadas que o tempo torna tudo.
Os solteiros perdem um olhar, um riso, aquela pequena fracção de segundo que lhes podia ter mudado a vida e o próprio ser por receio, vergonha ou imposições sociais. E o momento passa. A incomodidade dos outros tende a ter efeito directo na nossa, ainda que por vias travessas. A harmonia social, familiar ou de um local de trabalho, já de si tenuamente equilibrada, pode-se desmoronar como um castelo de cartas à mais leve brisa. Como tal não se arrisca o momento em detrimento de um futuro.
Os grandes gestos e épicos momentos são produto da altura e do local, quase nunca da pessoa.
Os do individuo são bem mais dificeis, menores em tamanho mas muito maiores em esforço e valor. Um convite para jantar pode ser muito mais complicado do que tirar uma criança de um prédio em chamas. O risco é menos duradouro.
"A vida é o que nos acontece enquanto estamos ocupados a fazer planos." Não me recordo quem estou a citar mas não podia concordar mais com ele.
Vivemos com a certeza da nossa morte e a incerteza da nossa vida. Temos a noção que a maior parte dos dias passam sem sentido, maior ou menor, passam porque o sol nasce e depois se poê, nós como ele, não sabemos fazer outra coisa.
Os casais discutem até ao ódio. Oblívios a todos os pequenos pormenores que desgastam qualquer harmonia, pequenos demais para serem falados, como a pasta de dentes espremida no sítio errado ou o gel de banho aberto na banheira. Esquecidos do pavor de estarem sós, saciados da fome que em tempos os esganou, deixam passar esses pequenos nadas que o tempo torna tudo.
Os solteiros perdem um olhar, um riso, aquela pequena fracção de segundo que lhes podia ter mudado a vida e o próprio ser por receio, vergonha ou imposições sociais. E o momento passa. A incomodidade dos outros tende a ter efeito directo na nossa, ainda que por vias travessas. A harmonia social, familiar ou de um local de trabalho, já de si tenuamente equilibrada, pode-se desmoronar como um castelo de cartas à mais leve brisa. Como tal não se arrisca o momento em detrimento de um futuro.
Os grandes gestos e épicos momentos são produto da altura e do local, quase nunca da pessoa.
Os do individuo são bem mais dificeis, menores em tamanho mas muito maiores em esforço e valor. Um convite para jantar pode ser muito mais complicado do que tirar uma criança de um prédio em chamas. O risco é menos duradouro.
"A vida é o que nos acontece enquanto estamos ocupados a fazer planos." Não me recordo quem estou a citar mas não podia concordar mais com ele.